quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Podemos ver na trajetória profissional e artística de Acrísio que sabereto extrapolou as páginas de seus livros e fez morada no modo de ser de seu autor. Acrísio circulou em vários territórios: ele foi um farmacêutico respeitável, quando radialista, na Rádio Tupi, teve Grande sucesso entre OS ouvintes, escreveu poemas, comédias e pintou belos quadros.

A roça é o universo em que gravitam suas expressões artísticas, com seus personagens e vocabulário característicos do tempo e espaço de algumas dimensões DA história de nosso país tão pouco explorado.

Acrísio de Camargo seria nas palavras do historiador Michel Vovelle um “intermediário cultural, criador de um idioma para is mesmo, expressão de uma visão de mundo bem particular”. 2

Esta pequena exposição pretende retratar, de maneira um pouco fragmentada, o olhar do ousado artista Acrísio de Camargo sobre o homem do campo.





ACRÍSIO DE CAMARGO

Nasceu Acrísio de Camargo a 10 de fevereiro de 1899 na vizinha cidade de Jundiaí. Ainda pequeno foi para Indaiatuba onde fez os primeiros estudos e se iniciou em farmácia. Nessa profissão, a que adotou para toda a vida, trabalhou em São Paulo, Rio de Janeiro, Tietê, Sant’Ana do Parnaíba, Cabreúva e Itu.

Em 1927 contraiu matrimonio com Maria do Carmo Motta, nascendo dessa união os seguintes filhos: Benedito, José Jesus e Elizabeth.

Fora de sua profissão, Acrísio de Camargo dedicou-se à poesia, ao folclore, ao teatro e a pintura.

Dedicou-se ao rádio, tendo trabalhado na Rádio Educadora de São de São Paulo, logo no início dessa emissora.

Por motivos particulares deixou-a. Tempos depois ingressa na Rádio Tupi de São Paulo. Durante o ano que aí permaneceu apresentando seus poemas sertanejos, foi o artista que mais cartas recebeu. Mais tarde é convidado a trabalhar na Rádio Clube do Brasil. Recusa porém e retira-se definitivamente da rádio.

Poeta, Acrísio de Camargo, nasceu. Já em 1921 os semanários Ituanos publicavam seus versos. Durante muito tempo a revista Atalai se encarregou de difundi-los pelo Brasil afora. Como folclorista, publicou “Lorotas”, edição esgotada e deixou pronto para impressão “Uma Festa na Roça” e “Quadros Na Roça”(folclore) e “Poemas Caboclos” e “Roça e Troça”(poesia sertaneja). Tem duas comédias escritas, já levadas várias vezes a cena “De Pato a Ganso” e “Garota Endiabrada”. Como pintor foi um autodidata. Começou a pintar em 1945. Seus trabalhos passam de uma centena. Era sócio da Associação Paulista de Belas Artes e concorreu a 7ª e 8ª Exposição dessa sociedade em 1948 e 1949 com os trabalhos “Paisagens Cabreúvana” e “Rua da Palma” respectivamente.

No 1º Salão Jundiaiense de Belas Artes em 1951, alcançou o 1º prêmio, junto com outro artista, com o quadro “Velho Beco”. Foi-lhe oferecido nessa ocasião um diploma.

Faleceu a 25 de fevereiro de 1953 em Campinas.

Tribuna de Indaiá

08 de dezembro de 1974